Minhas amigas e meus amigos brasileiros
Saudades e saudações.
Peço desculpas por meu longo silêncio. Não escrevi, mas em compensação rezei e pensei muito em vocês todos. Principalmente na missa e na adoração diária que fazemos aqui. Já lhes expliquei o motivo de meu silêncio. Vivo uma nova realidade. Não temos energia elétrica. Não temos internet. Não temos boas estradas. Para ligação de internet devo ir à cidade, distante 12 quilômetros. Onde a estrada é boa, asfaltada, 12 quilômetros não significa muito. Mas para nos aqui é muito difícil, pois a estrada é péssima. E quando chove, nem é bom pensar. E aqui chove muito, muito mesmo. Pode-se dizer durante o ano todo.
Não me queixo de nossa casa. É bonita, boa. Sinto-me bem aqui. Mas o acesso é difícil. Para mim é um sacrifício ter de ir à cidade. Prefiro ficar na solidão desse noviciado.
Ultimamente, a violência está "grassando" em nossa cidade. A noite nem pensar
Apesar de tudo isso, continuo firme aqui. Estou contente. Tenho 26 noviços. Muita gente. Um trabalho difícil, principalmente, por causa da mentalidade africana, bem diferente da nossa. Dia 14 de julho próximo passado, fizeram os primeiros votos, os 6 primeiros noviços congoleses que preparei. Fiquei feliz.
Estou um pouco cansado, pois, há dois anos que não faço férias. Espero ansiosamente a data de 28 de setembro quando vou partir ao Brasil para umas merecidas férias, junto de meus parentes e grandes amigos. Certamente terei a oportunidade de encontrá-los. Volto para cá dia 15 de dezembro.
Ouso, meus amigos e amigas, fazer-lhes um pedido de ajuda. Preciso de sua ajuda material para ir em socorro de alunos principalmente de faculdades e do primário que não têm condições de pagar seus estudos e merecem o apoio. E também, precisamos muito da ajuda dos benfeitores para a formação de nossos seminaristas, noviços e estudantes de filsofosia e de teologia. Nâo podem imaginar as dificuldades que enfrentamos, pois dos pais não se pode esperar nada. A congregação deve mantê-los em tudo : comida, roupa, viagens ( e as viagens aqui são caras e inseguras…), assistência médica etc. Mesmo as paroquias não ajudam nada ; a congregação deve sustentar as paroquias também. É a realidade das missões africanas.
Desculpem a ousadia desse pedido. Faço-o porque é para os outros. Tenho certeza que o que nos derem não fará falta a vocês.
Deus os abençoe!
Até bem logo!
P Osnildo Carlos Klann