Pe Osnildo Carlos Klann, scj

Desde 2007, o padre Osnildo realiza sua missão dehoniana na República Democrática do Congo e, através de reflexões, notícias e informações, partilha suas experiências missionárias.

Para entrar em contato, escreva para ocklann@yahoo.com.br

domingo, 30 de janeiro de 2011

Mãos vazias

Cheguei cedo para a concelebração das 9h30m, dia 23 de janeiro de 2011, na paroquia Bemaventurado Isidoro Bakanja. Fui sentar-me num longo e baixo banco da matriz. Imediatamente um pensamento me assoltou violentamente: estou já nos meus 73 anos de vida, 46 de sacerdócio, 53 de vida religiosa. Que fiz até agora para o Reino de Deus? Olhando para trás, tive a impressão de ter chegado a essa data com mãos vazias. Uma tristeza imensa me invadiu. Uma furtiva lágrima escapuliu do canto de meus olhos. Meu Deus, será que minha vida foi inútil, estéril até esse momento? Se hoje devesse prestar contas da adminitraçâo do dom de minha existência, tão rica em dons de Deus, que poderia apresentar a meu Senhor? Pelo longo e duro caminho de minha vida, procurei, é verdade, semear o bem, partilhar os dons que Deus me deu ... mas também, quanto erro, quanta falta de fidelidade, de amor, de fraternidade,de compreensão...
Era hora de começar a celebração. Levantei-me, preparei-me para a sagrada eucaristia. Ali veio-me a consolação: não é preciso temer, porque no fim da linha de nossa passagem terrena, vamos encontrar um Pai misericordioso, que olha mais para o pouco bem que a gente tenha podido praticar que para o mal que nossa fraqueza nos leva a fazer. Deo gratias.
O valor de nossa vida não está em fazer grandes coisas, mas em fazer com amor e dedicação as pequenas coisas de cada dia de que é feito o nosso existir terreno.

Kiragho, aos 23 de janeiro de 2011.
P Osnildo Carlos Klann, scj

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Finalmente Kiragho

Nâo fiquei muito tempo em Kisangani. Aviâo para Beni Butembo, so uma vez por semana, aos domingos. Se quisesse passar o Natal com os noviços deveria partir imediatamente de Kisangani. Foi o que fiz. Domingo mesmo; dia 19 p.p. peguei o aviâo para Beni, onde chegueipelas 16h40m. Aeroporto pobre, confuso: distribuiçâo da bagagem, ali mesmo debaixo do aviâo, na pista sem asfalto. Meus colegas chegaram atrasados ao aeroporto. Tive de esperar. Como ja era tarde, fomos nos hospedar na casa das Irmàs Orantes, em Beni. A distância entre Beni e Butembo é curta:50 km apenas. Mas é uma rodovia péssima e perigosa. De noite nâo se pode arriscar uma viagem. Dia seguinte, pelas 8h30m partimos finalmente para Butembo. Sentia_me contente. As mesmas coisas de sempre: estrada ruim; gente pobre ca,inhando de là para cà, uns indo outros voltando; carregando sempre qualquer coisa ou nas costas, ou nas bicicletas ou nas motos. Camonhôes velhos carregados de mercadorias e em cima de tudo, apilhados os pobres passageiros sujeitos a toda sorte de imprevistos, sem a minima segurança. Ao longo do caminho opanorama nâo mudou:as mesmas pobres casas , as mesmas plantaçôes de banana, pastos, montanhas. Mas da cidade de BUtembo até nossa casa,algo mudou. A esrada melhorou bastante até o vilarejo de Malende. Mas o techo de entrada para o nosso noviciado, piorou bastante. Buracos enormes so permitem passagemcom traçâo nas quatro rodas. Um sentimento de contentamento, de trnquilidade se apoderou de mim quando nos aproximamos do noviciado. Voltava para casa. Cenario de muita luta e sofrmento, nos ultimos tempos, mas lugar de silêncio, de tranquilidade agora. Os noviços me acolheram, como sempre, com muita algazarra, dança, musica, tamtam. Uma festa. Sentia_me reconfortado; contente. Finalmente em casa.
Voltando meupensamento para os ultimos meses passdos no Brasil, um profundo sentimento degratidâo me invade: quantas gentilezas, quantos gestos grandes ou pequenos de amizade, quantas provas de genrosidade... Tudo isso tocou_me profundamente. Voltei reconfortado, sabendo que atràs de mim hà uma multidâo de pessoas conhecidas ou nâo que me apoiam e me dâo forças em minha missâo. Nâo tenho palavras em meu pobre dicionàrio para exprimir toda a gratidâo que guardo em meu coraçâo para com todos vocês.
Ja recebi de muitos amigos, votos de feliz Natal e abençado ano novo.Retribuo a todos e estendo a cada um de vocês esses mesmos votos, tâo simples em sua expressâo verbal, mas tâo profundos em seu conteudo real. Deus os abençoe! A gente se encontra sempre nos momentos de oraçâo e fisicamente daqui a dois anos. P Osnildo

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