Voltando para casa,dia 25 de janeiro de 2011, ficamos sumamente indignados. Na altura do Bairro Komba, as autoridades montaram um nova barreira, para cobrar pedàgio da pobre gente que vai à cidade vender seus poucos e humildes produtos da terra. Indagado sobre quem mandara erguer a barreira, o responsável disse ter vindo a ordem de Kinshasa.
Na altura da paroquia Benaventurado Bakanja, em Kiragho, havia um pedàgio. A partir dos ataques dos Mayi-mayi, os militares ocuparam aquele espaço e os homens do pedàgio se retiraram. Acontece que os militares, por sua vez, começaram também a exigir dos transeuntes dinheiro. Dinheiro extorquido. Os bispos da RDC, em carta por ocasião de cinquentenario da independência nacional, jà haviam alertado: queremos um exército digno que defenda o povo, não que o ataque e o maltrate. Esse comportamento de militares é frequente, infelizmente.
Agora foi feita uma nova barreira de pedàgio. Os pobres transeuntes, em Komba, devem pagar para o Estado o pedàgio, e na altura de Kiragho, alguns quilômetros à frente, pagam para os militares, que não deixam passar se não se soltar algum dinheiro.
Indignado, perguntei ao senhor da barreira de Komba, para onde ia o dinheiro arrecadado, pois nossas estradas aqui são intransitàveis. (Agora melhorarm por causa da ajuda externa que vem em socorro para facilitar o escoamento dos produtos agricolas dessa região). Ele não sabia responder. O Estado cobra o pedàgio, cuja resultado desaparece misteriosamente.
Tanto o P. Paul, como os noviços congoleses que estavam conosco, e eu ficamos todos sumamente indignados. O Governo em vez de ajudar, atrapalha. Certamente, os grandes negociantes da cidade de Butembo, os comerciantes, os donos de hoteis ludibriam o governo, sonegam impostos. Os pobres é que devem pagar a conta.
Em visita a nosso noviciado, expusemos ao coronel Onesimo o que estava acontecendo aqui em relação ao pedàgio dos militares. Sensível a nossa reivindicação em favor do povo, ele proibiu a cobrança de qualquer pedàgio por parte dos soldados do exercito congolês.
Kiragho, fevereiro de 2011.
P Osnildo Carlos Klann, scj
Pe Osnildo Carlos Klann, scj
Desde 2007, o padre Osnildo realiza sua missão dehoniana na República Democrática do Congo e, através de reflexões, notícias e informações, partilha suas experiências missionárias.
Para entrar em contato, escreva para ocklann@yahoo.com.br
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