Pe Osnildo Carlos Klann, scj

Desde 2007, o padre Osnildo realiza sua missão dehoniana na República Democrática do Congo e, através de reflexões, notícias e informações, partilha suas experiências missionárias.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Santa indignação

Voltando para casa,dia 25 de janeiro de 2011, ficamos sumamente indignados. Na altura do Bairro Komba, as autoridades montaram um nova barreira, para cobrar pedàgio da pobre gente que vai à cidade vender seus poucos e humildes produtos da terra. Indagado sobre quem mandara erguer a barreira, o responsável disse ter vindo a ordem de Kinshasa.
Na altura da paroquia Benaventurado Bakanja, em Kiragho, havia um pedàgio. A partir dos ataques dos Mayi-mayi, os militares ocuparam aquele espaço e os homens do pedàgio se retiraram. Acontece que os militares, por sua vez, começaram também a exigir dos transeuntes dinheiro. Dinheiro extorquido. Os bispos da RDC, em carta por ocasião de cinquentenario da independência nacional, jà haviam alertado: queremos um exército digno que defenda o povo, não que o ataque e o maltrate. Esse comportamento de militares é frequente, infelizmente.
Agora foi feita uma nova barreira de pedàgio. Os pobres transeuntes, em Komba, devem pagar para o Estado o pedàgio, e na altura de Kiragho, alguns quilômetros à frente, pagam para os militares, que não deixam passar se não se soltar algum dinheiro.
Indignado, perguntei ao senhor da barreira de Komba, para onde ia o dinheiro arrecadado, pois nossas estradas aqui são intransitàveis. (Agora melhorarm por causa da ajuda externa que vem em socorro para facilitar o escoamento dos produtos agricolas dessa região). Ele não sabia responder. O Estado cobra o pedàgio, cuja resultado desaparece misteriosamente.
Tanto o P. Paul, como os noviços congoleses que estavam conosco, e eu ficamos todos sumamente indignados. O Governo em vez de ajudar, atrapalha. Certamente, os grandes negociantes da cidade de Butembo, os comerciantes, os donos de hoteis ludibriam o governo, sonegam impostos. Os pobres é que devem pagar a conta.
Em visita a nosso noviciado, expusemos ao coronel Onesimo o que estava acontecendo aqui em relação ao pedàgio dos militares. Sensível a nossa reivindicação em favor do povo, ele proibiu a cobrança de qualquer pedàgio por parte dos soldados do exercito congolês.

Kiragho, fevereiro de 2011.
P Osnildo Carlos Klann, scj

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